A RELEVANCIA DO SERIGRAFO
Como será óbvio depreender, o processo serigráfico, reporta-se à produção de múltiplos da obra de arte, e não à estampagem industrial. Conforme as intenções do autor e técnicas disponíveis, tais como: gravura em metal, madeira, pedra litográfica, linóleo ,etc., é ele o autor, que concebe e trabalha a matriz(o original).Já para a produção de seus múltiplos através da serigrafia, exceptuando alguns casos, os artistas recorrem a técnicos especializados e de sua confiança.
Esta cooperação, à imagem daquela que em todos os tempos colocou o autor na dependência do “construtor”, poderia e deveria ser, digna de um estudo. Desde a edificação das pirâmides do Egipto, até às pranchas de múltiplos das gravuras de Picasso, um entendimento se processou, de forma determinante.
O reconhecimento de tal participação é motivo que, penso, vir a justificar a presente mostra, e de certo modo, render homenagem ao casal Mary e Osório, com o qual trabalho vai para 23 anos (1979), e continua sendo a dilecta dupla. Esse longo contacto permitiu-me apreciar essa espécie de “conivência”, misteriosa e íntima que foi acontecendo perante circunstâncias diferenciadas pelas técnicas (lápis, pastel, guacho, aguarela, colagem, etc.) e inclusivamente, a natureza do papel.
Se disser que Mary e Osório operam como artistas, os mais diversificados, também se entende o grau de capacidade de intuir tudo o que existe, para além dos conhecimentos técnicos que capacitam a expressividade desses artistas, e em tal sentido, os valorizam.
Até ao presente, tais profissionais tem-se quedado nos bastidores. Regozija-se o Lugar do Desenho com a exposição que vem finalmente exaltar o profissionalismo de quem tanto tem contribuído para a divulgação da arte.